O monumento, deveria homenagear 23 desbravadores

Bom Jesus do Itabapoana conta com quase 600 km² de território, formado por seus distritos e subregiões rurais no entorno dos vilarejos, e desde a primeira metade do século XIX que a história de Bom Jesus do Itabapoana teve seu surgimento em simetria entre a sede do município e seus distritos atuais, exceto Usina Santa Maria e Serrinha, que não foram desbravados ou explorados no século XIX pelos fazendeiros bom-jesuenses, portanto, se é para erguer ou criar um monumento em homenagem aos fundadores do município, que seja entre todos os personagens que construiram nossa história.

Este aspirante a memorialista, que dedica tempo se aprofundando sobre a história de Bom Jesus do Itabapoana desde os seus primórdios, apresenta uma sugestão de se homenagear a primeira geração de desbravadores que aqui chegaram, entre 1822 e 1860, contendo nesta relação vinte e três nomes que até hoje, formam os troncos genealógicos da maioria das famílias bom-jesuenses, desses, vinte e um são nascidos em Minas Gerais, e dois imigrandes europeus, no caso os dois suíços que fundaram Pirapetinga em 1864.

Como forma a esta homenagem, a sugestão fica na confecção de vinte e três estatuetas com no máximo um metro de altura, esboçando a silhueta de um fazendeiro desbravador do século XIX, e distribui-las em diversos pontos da praça Governador Portela, e com uma pequena placa informativa com um resumo da história construída por cada um desses.

A esposa: Maria Carolina D'Oliveira Campos, filha do Capitão José Carlos de Campos e Maria Carlota de Oliveira Campos. O marido: Alferes Francisco D'Assis Pinto Figueiredo, filho do Alferes Francisco da Silva Pinto e Francisca de Paula Figueiredo - imagem extraída do blog "Raízes Genealógicas", do historiador Fábio Martins Faria (natural de Varre-Sai e tetra-neto do Alferes Francisco da Silva Pinto)


Abaixo, temos os nomes dos vinte e três personagens, que construiram  história de Bom Jesus do Itabapoana:

01: Alferes Francisco da Silva Pinto - chegou em 1822 sendo o detentor de quase toda extensão territorial de Bom Jesus do Itabapoana, conforme já demonstrado em transferências de propriedades suas para outros desbravadores, como a Fazenda Barra do Pirapetinga, Fazenda Barra do Sacramento, as terras de Sant'ana do Itabapoana (atualmente toda região de Rosal), as terras de Calheiros, toda região de Pirapetinga e Arraial Novo (provavelmente em sociedade com seu cunhado, o Guarda-mor Fernando Antônio Dutra), a Fazenda Soledade e a Fazenda Orla do Itabapoana (atualmente toda região da Usina Santa Isabel até os limites de Carabuçu), sem contar que ele fundou e viveu por muitos anos na Fazenda do Bálsamo, na região alta de Rosal. O casal Francisco da Silva Pinto e Francisca de Paula Figueiredo constitui no primeiro tronco familiar de Bom Jesus do Itabapoana, e talvez seja até hoje no século XXI, o mais numeroso entre todas as famílias aqui estabelecidas.

02: Guarda-mor Fernando Antônio Dutra - casado com Theodora Maria D'assumpção, que era irmã do Alferes Francisco da Silva Pinto, desbravou e viveu do extrativismo nas regiões de Pirapetinga, Serônia e Arraial Novo, de 1822 até 1860, quando ele vendeu parte das terras e se mudou para São José do Calçado, deixando enorme herança genética entre filhos e dezenas de netos que constituiram a numerosa família Dutra na região Serrana bom-jesuense.

03: Tenente Felizberto Gonçalves Dutra - sobrinho do Guarda-mor Fernando Antônio Dutra, chegou em 1836 adquirindo do Alferes Silva Pinto as terras que hoje constitui a região no entorno do núcleo urbano do distrito de Calheiros, foi ele quem doou 15 alqueires de terra para a fundação do arraial de Santo Antônio do Rio Preto em 1840 (atualmente Calheiros, 2º distrito de Bom Jesus do Itabapoana), sendo ele também o desbravador que dividiu as terras vendendo quase uma dezena de fazendas para desbravadores secundários na mesma região.

04: Tenente Francisco das Chagas de Oliveira França - possivelmente tenha chegado no mesmo período que Felizberto Gonçalves Dutra, ou um pouco depois, desbravando a região entre o valão do Odilon Diniz , na época denominado como Valão do Chagas, com limite até o centro de Bom Jesus, se extendendo até o Bom Jardim. O Tenente Chagas foi quem construiu a primeira de capela de Bom Jesus do Itabapoana, em devoção a Santa Rita de Cássia, sendo ele também o primeiro a projetar e implantar o primeiro espaço público de Bom Jesus, o "Alto Santa Rita", com a capela, o largo e o cemitério.

05: Felisberto Antônio Gonçalves - chegou em 1850 e adquiriu parte das terras do Alferes Silva Pinto na região de Rosal, sendo um dos fundadores do arraial de Arrozal de Sant'ana em 1852.

06: Capitão Francisco José Diniz - chegou em 1850 e adquiriu parte das terras do Alferes Silva Pinto na região de Rosal, sendo um dos fundadores do arraial de Arrozal de Sant'ana em 1852, sendo ele o doador dos oito alqueires de terra em devoção a Nossa Senhora de Sant'Ana para constituir o povoado.

07: José Rodrigues Costa - chegou em 1851 e junto com seu irmão e o Aferes Silva Pinto, doaram as terras para a fundação do Patrimônio do Senhor Bom Jesus dos Mathosinhos, possivelmente em 1852, no mesmo ano da construção da Capela Santa Rita. Ele e o irmão compraram parte da Fazenda Soledade e a Fazenda Cristalina (na Serra do Bonfim) do Alferes Francisco da Silva Pinto, desmembrando e criando as Fazendas Cristalina e Barro Branco.

08: Francisco Furtado Costa - chegou em 1851 e junto com seu irmão e o Aferes Silva Pinto, doaram as terras para a fundação do Patrimônio do Senhor Bom Jesus dos Mathosinhos, possivelmente em 1852, no mesmo ano da construção da Capela Santa Rita. Ele e o irmão compraram parte da Fazenda Soledade e a Fazenda Cristalina (na Serra do Bonfim) do Alferes Francisco da Silva Pinto, desmembrando e criando as Fazendas Cristalina e Barro Branco.

09: Padre Germano Gonçalves da Silva Xavier - chegou na região onde hoje se localiza o distrito de Carabuçu entre 1849 e 1850, fundando junto com seu irmão a Fazenda da Liberdade, e em 1855 fundou o arraial de Santo Antônio da Libedade, atualmente Carabuçu, 4º distrito de Bom Jesus do Itabapoana. Padre Germano foi o primeiro capelão do Patrimônio do Senhor Bom Jesus dos Mathosinhos, entre 1852 até janeiro de 1860. Seu nome original é Germano Gonçalves de Carvalho, e em homenagem ao tio-avô, Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, ele adotou o mesmo sobrenome "da Silva Xavier", além dele ter participado da Revolução Liberal de Barbacena em 1842.

10: José Rodrigues Chaves - irmão de Padre Germano, ele também foi um dos fundadores da Fazenda da Liberdade e do arraial de Santo Antônio da Liberdade, sendo ele o primeiro tronco genealógico da família Chaves em Bom Jesus do Itabapoana. Ele e seu irmão são sobrinhos-netos do Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

11: Capitão Jacob Furtado de Mendonça - chegou na região serrana de Catabuçu em 1850, nas serras do Jacó e da Capitinga, sendo um dos protagonistas na instituição do Curato do Senhor Bom Jesus e na elevação à Freguesia do Senhor Bom Jesus do Itabapoana. Na constituição da Freguesia do Senhor Bom Jesus ele exerceu a função de subdelegado, além dele ter erguido a segunda residência de alvenaria na história de Bom Jesus do Itabapoana, no entorno da praça Governador Portela, no início da década de 1850.

12: Manoel da Costa Furtado - chegou entre 1850 e 1855 desbravando a região da Vala de Carabuçu, sendo ele também um dos protagonistas da instituição do Curato do Senhor Bom Jesus e da Freguesia do Senhor Bom Jesus.

13: João da Costa Soares - chegou por volta de 1855 adquirindo a Fazenda Cristalina, sendo ele também um dos protagnistas da instituição do Curato do Senhor Bom Jesus e da Freguesia do Senhor Bom Jesus.

14: Capitão José Carlos de Campos - chegou em 1855 e fundou a Fazenda Fortaleza, que abrangia as duas margens do rio Itabapoana, atualmente nas regiões de Ponte de José Carlos (Iurú) e Usina Santa Isabel, antes denominada como Fazenda Orla do Itabapoana. Foi um dos maiores empreendedores e articuladores políticos do século XIX em Bom Jesus do Itabapoana, e patriarca de um dos mais relevantes troncos genealógicos do município.

15: João Ignácio da Silveira - chegou em 1855 e fundou a Fazenda Barra do Sacramento, teve papel protagonista no desenvolvimento do patrimônio do Senhor Bom Jesus, bem como na instituição do Curato do Senhor Bom Jesus.

16: Antônio Ignácio da Silveira - irmão de João Ignácio, foi importante desbravador da região do Sacramento e junto com seu irmão, contribuiu muito para o estabeleicmento o povoado em Bom Jesus.

17: Antônio José Borges - chegou em 1855 desbravando a região da Braúna em Pirapetinga, sendo um dos protagonistas na instituição do Curato do Senhor Bom Jesus e da Freguesia do Senhor Bom Jesus. Junto com seu irmão, formaram os troncos genealógicos de uma das mais importantes famílias bom-jesuenses até hoje.

18: Francisco José Borges - chegou em 1855 desbravando a região de Mirindimba, fundando a Fazenda Ribeirão do Leite em Pirapetinga, sendo um dos protagonistas na instituição do Curato do Senhor Bom Jesus e da Freguesia do Senhor Bom Jesus. Junto com seu irmão, formaram os troncos genealógicos de uma das mais importantes famílias bom-jesuenses até hoje.

19: Comendador Antônio Teixeira de Siqueira - chegou junto com seus irmãos em 1855, se estabelecendo na Fazenda Barra do Piraprtinga, adquirida por seu pai junto ao Alferes Silva Pinto, sendo ele e seus irmãos quem trouxeram as relíquias do Divino Espírito Santo em 1860, mantendo a tradição açoreana até hoje em nossa tradicional Festa de Agosto, sem contar que juntos, os irmãos Teixeira de Siqueira tiveram papel protagonista na instiuição do Curato do Senhor Bom Jesus, na fundação da Paróquia e na elevação a Freguesia do Senhor Bom Jesus do Itabapoana.

20: Tenente José Teixeira de Siqueira - chegou junto com seus irmãos em 1855, se estabelecendo na Fazenda Barra do Piraprtinga, adquirida por seu pai junto ao Alferes Silva Pinto, sendo ele e seus irmãos quem trouxeram as relíquias do Divino Espírito Santo em 1860, mantendo a tradição açoreana até hoje em nossa tradicional Festa de Agosto, sem contar que juntos, os irmãos Teixeira de Siqueira tiveram papel protagonista na instiuição do Curato do Senhor Bom Jesus, na fundação da Paróquia e na elevação a Freguesia do Senhor Bom Jesus do Itabapoana.

21: Francisco Teixeira de Siqueira - chegou junto com seus irmãos em 1855, se estabelecendo na Fazenda Barra do Piraprtinga, adquirida por seu pai junto ao Alferes Silva Pinto, sendo ele e seus irmãos quem trouxeram as relíquias do Divino Espírito Santo em 1860, mantendo a tradição açoreana até hoje em nossa tradicional Festa de Agosto, sem contar que juntos, os irmãos Teixeira de Siqueira tiveram papel protagonista na instiuição do Curato do Senhor Bom Jesus, na fundação da Paróquia e na elevação a Freguesia do Senhor Bom Jesus do Itabapoana.

22: Frederico Lengruber - suíço que chegou em Pirapetinga em 1860, adquiriu parte das terras de Fernando Antônio Dutra, e junto com o também suíço Júlio Boechat, fundaram o arraial de Pirapetinga de Bom Jesus, ou o Arraial da Vargem Alegre.

23: Júlio Boechat - suíço que chegou em Pirapetinga em 1860, e junto com Frederico Lengruber fundou o arraial da Vargem Alegre ou o arraial de Pirapetinga de Bom Jesus, ele é pai de Norberto Emílio Boechat, avô de Agostinho Boechat e bisavô de Norberto Seródio Boechat.

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