Interpretando Padre Mello, nos primórdios de Bom Jesus do Itabapoana-RJ | capítulo 4

Dois apontamentos que nos dão luz aos fatos, sobre como interpretar os escritos de Padre Mello;


*Em seus relatos, fica evidente que o Vigário Português reportava somente a história de Bom Jesus/sede, e não o município com um todo, Padre Mello não considerava os vínculos históricos, políticos e familiares entre os arraiais de Rosal, Calheiros, Pirapetinga, Barra do Pirapetinga e Carabuçu com a freguesia do Senhor Bom Jesus, conforme podemos verificar quando ele menciona o Alferes Silva Pinto como um dos "primeiros habitantes da região", e não como o primeiro desbravador. A Bom Jesus imaginada por ele nos primórdios, era uma área retangular, se estendia da praça até a rodoviária, com uns 200 metros distante da margem do rio Itabapoana.

*Padre Mello considerava a hipótese de que Francisco das Chagas de Oliveira França já estava estabelecido em Bom Jesus quando Antonio José da Silva Neném chegou em 1842, e de fato, o Tenente Chagas chegou entre 1836 e 1840, no mesmo período que chegou o Tenente Felisberto Gonçalves Dutra, que em 1840 já havia fundado o arraial de Santo Antônio do Rio Preto antes da chegada de Neném, atualmente Calheiros. Resta indiscutível que Silva Neném não foi um personagem relevante na história dos primórdios de Bom Jesus do Itabapoana, sua estadia aqui perdurou dois anos, e ele não edificou nada que apontasse qualquer iniciativa de se fundar um patrimônio.

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