Antônio José da Silva Neném, e sua intrigante passagem em Bom Jesus do Itabapoana
Segundo
me foi relatado há algum tempo, temos entre historiadores,
historiadoras e memorialistas de BJI, uma pessoa que tem uma cópia
daquilo que seria o título de posse das terras do Campo Alegre em nome
de Antônio José da Silva Neném, e que o documento não havia tornado
público para evitar um debate direto com a tese do desembargador, não
obstante, um fato histórico põe em cheque a autenticidade dete
documento, não por parte de qualquer ato da pessoa que o detém, mas sim
por conta do próprio Antônio José da Silva Neném.
Em 1825, o
Imperador Dom Pedro I REVOGOU a Lei de Sesmarias que regulamentava os
registros de terras no Brasil, desde quando ainda era colônia de
Portugal, e somente em 1850 que Dom Pedro II instituiu a a Lei de
Terras, que regulamentava as transações das propriedades através dos
Cartórios Paroquiais.
Segundo um memorialista de Itaperuna, cujo nome me
foge da memória, durante o período entre 1825 e 1850 houve um grande
movimento de invasões de terras devolutas em diversas regiões do Brasil,
com os invasores forjando os títulos de terras, já que não havia por
parte do governo imperial uma legislação que regularizava as transações
de propriedades, a não ser através da formação de curatos e paróquias.
Como
Antônio José da Silva Neném obteve o título de concessão das terras
devolutas de Campo Alegre em 1842, se desde 1825 não havia concessão de
sesmarias por parte do império?
O homicídio de Germano da Silva em 1844, pode guardar relações históricas com fatos relevantes da história de Bom Jesus do Itabapoana, na partida de Antônio José da Silva Neném em 1844, e com o retorno de Francisco José da Silva em 1857, o outro filho de Neném, que chegou no Arraial do Senhor Bom Jesus postulando um valor expressivo pelas terras que ele dizia pertencer ao seu pai, mas sem apresentar nenhum documento, e mesmo assim, doze desbravadores cotizaram a elevada monta de um conto e cem mil réis, a título de indenização pelo desmatamento da pequena área do centro de Bom Jesus.
Analisando alguns fatos e contextos históricos, não é difícil acompanhar o raciocínio do saudoso históriador (AQUI).
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- Interpretando Padre Mello, nos primórdios de Bom Jesus do Itabapoana-RJ | capítulo 2
- Interpretando Padre Mello, nos primórdios de Bom Jesus do Itabapoana-RJ | capítulo 3
- Interpretando Padre Mello, nos primórdios de Bom Jesus do Itabapoana-RJ | capítulo 4
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