As migrações mineiras para o estado do RJ, motivações econômica no sul e política no norte/noroeste

O ciclo do café no estado do RJ, teve seu início no final do século XVIII, em 1790 com centenas de famílias mineiras migrando para a região SUL do estado, fazendo de Valença, Vassouras e Paraíba do Sul o maior pólo cafeeiro do país, com esta atividade sendo a principal na economia fluminense por quase um século. Neste caso está evidente que a migração de famílias mineiras se deu por força de um cenário de economia, sendo tal iniciativa uma política pública da Coroa Portuguesa.

Muito diferente foi a migração de famílias mineiras para o norte e o noroeste do estado do RJ, esta por motivação política com dezenas de famílias de políticos liberais se REFUGIANDO para a região, para se livrarem das perseguições do governo conservador e absolutista da província de MG, com o primeiro grupo de desbravadores vindo por conta dos conflitos e consequências ainda resultantes da Inconfidência Mineira, e o segundo grupo vindo em grande número após a revolução liberal de Barbacena-MG e a guerra de Santa Luzia.

Ao pesquisar sobre o ciclo do café no estado do RJ, não se encontra nenhum menção sobre a migração de famílias mineiras para o norte e noroeste do estado, e ainda salienta que o declínio do café começou em 1870, justamente quando se iniciava o apogeu cafeeiro no Vale do Itabapoana, que jamais foi citado.

No livro sobre a história da revolução liberal de Barbacena-MG, cita apenas o nome do desbravador de São José do Calçado-ES, José Dutra Nicácio como um dos perseguidos pelos conservadores de MG, porém, um outro trecho do livro narra sobre as emboscadas que a Guarda Nacional fazia nas estradas que ligam as províncias de MG com o RJ, e cita a prisão de diversos mineiros que estavam a negócios no RJ, citando uma rota de vias que trazem para a nossa região, nas estradas da Parahybuna, o caminho do Pomba e Rio Preto, e a estrada de Mar de Espanha, todos os caminhos que traziam até o norte da Zona da Mata e próximo da rota de chegada ao Vale do Pirapetinga.
Além do livro de José Antônio Marinho, temos um artigo em um blog de São João do Nepomuceno que aborda sobre José Dutra Nicácio e o padre Germano Gonçalves da Silva Xavier, no qual aponta a participação de ambos na revolução em 1842.


Um nome que consta em destaque no livro sobre a Revolução Liberal de 1842, é o padre Manoel Rodrigues da Costa, seria ele irmão ou parente de José Rodrigues da Costa, um dos fundadores do patrimônio do Senhor Bom Jesus?



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