Um equívoco histórico, que precisa ser reavaliado

Saudoso Luciano Bastos celebra o retorno da festa do Divino Espírito Santo em 1983 - imagem extraída do blog do Espaço Cultural Luciano Bastos

Veicula no blog do jornal O Norte Fluminense uma reportagem sobre a festa do Divino Espírito Santo de Varre-Sai (AQUI), que é realizada desde a primeira metade da década de 1970, e segundo narra a reportagem, no livro infantil publicado pela historiadora varre-saiense Maria Cristina Menezes Degli Esposti, a inspiração de se realizar o festejo em Varre-Sai se deu no início da década de 1970 quando aqui em Bom Jesus esteve o padre Antônio de Siqueira, em 1973 ele assumiu a Paróquia de São Sebastião de Varre-Sai, e ele teria ficado encantado com a festa do Divino nos idos de 1970 em Bom Jesus do Itabapoana.

O equívoco se dá no fato da festa do Divino Espírito Santo ter ficado vinte e sete anos sem ser realizada em Bom Jesus do Itabapoana, de 1956 com Monsenhor Ovídio Simom, até 1983 quando o Monsenhor Paulo Pedro Seródio Garcia retomou a tradição açoriana na Festa de Agosto. Monsenhor Ovídio, que chegou em Bom Jesus em 1951, descontinuou a tradição do Divino Espírito Santo em 1956, que perdurava desde 1860 na Barra do Pirapetinga e a partir de 1863 em Bom Jesus, e o Monsenhor Francisco Apoliano não promoveu nenhum evento relacionado a cultura do Divino Espírito Santo, por não ser parte da liturgia católica orientada pela Diocese. Portanto, é historicamente impossível o Padre Antônio de Siqueira ter testemunhado a festa do Divino Espírito Santo em Bom Jesus do Itabapoana no início da década de 1970, ou em qualquer outro período entre 1956 e 1982.