Uma produção, que nos levará à Bom Jesus do Itabapoana no início da década de 1930
Muitos conhecem o jornalista/político Osório Carneiro em sua trajetória no jornal A Voz do Povo, de 1930 até 1962, no entanto, poucos conhecem este relevante personagem da história de Bom Jesus do Itabapoana, como a autoridade máxima constituída no município.
O Portal Itabapoana e a Cinemateca Itabapoana TV, tem a grata satisfação de anunciar o lançamento de uma produção especial, que narra sem rodeios, a maior crise econômica e humanitária vivida em Bom Jesus do Itabapoana, entre outubro de 1930 e janeiro de 1931, apresentando ainda aspectos sociais vividos nas periferias bom-jesuenses entre 1930 e 1934 quando Osório Carneiro foi nomeado delegado interventor da Revolução de 1930, que alçou Getúlio Vargas ao poder.A produção trás imagens históricas inéditas, como as que foram extraídas de um documentário sobre o centenário de Zezé Borges, com a praça Governador Portela tomada pela Guarda Revolucionária de Vargas, em outubro de 1930, apresentando as versões originais do Big Hotel e do extinto Hotel Central, onde hoje está o Edifício Central.
A obra apresenta dezenas de outras fotografias históricas conhecidas do grande público, que foram extraídas do álbum/Facebook "Photografias de Bom Jesus do Itabapoana", administrado por Ricardo Teixeira, e imagens extraídas do blog do Espaço Cultural Luciano Bastos. A qual externo meus agradecimentos pela disponibilidade, tanto em acessar e digitalizar os quatorze artigos de Osório Carneiro que compõe a trama, como a geração de imagens internas do prédio histórico para compor o cenário.
Os artigos de Osório Carneiro retrata uma Bom Jesus do Itabapoana profundamente desigual, vivendo naquele período uma verdadeira revolução cultural com a maior concentração de intelectuais reunidos em um mesmo período da histórica bom-jesuense, nomes como Octacílio de Aquino, Romeu Couto, Athos Fernandes, Pedro Gonçalves da Silva Jr. e Padre Mello, bem como tínhamos uma destacada elite financeira em dezenas de famílias, além da influencia política conferida em nomes de peso como Cézar Ferolla e Zezé Borges, era como se Bom Jesus do Itabapoana vivesse seu período iluminista.
Por outro lado, tínhamos uma população periférica profundamente miserável, cuja fome e o tratamento dado pelas autoridades policiais, nos remetendo ao período medieval
O longa-metragem conta com 54 minutos, e nele, além das fotografias históricas, temos inúmeras imagens atuais de edificações históricas de Bom Jesus do Itabapoana, servindo de cenário que ambienta a Bom Jesus do Itabapoana na década de 1930, com a novidade de termos pela primeira vez a composição dos cenários com imagens internas de prédios e casarões históricos, servindo como mensagem para a sociedade e poder público de que ainda temos muitos imóveis a serem preservados.Os textos de Osório Carneiro aborda de forma incisiva como era a vida nas periferias de Bom Jesus do Itabapoana, a violência policial, os conflitos e perturbações recorrentes na zona de meretrício, a famosa "Guaxa", isso mesmo, em 1930 já tínhamos uma zona boêmia de prostituição que causava transtornos à ordem pública.
Ressalta-se a forma pitoresca como ele lidava com andarilhos e pessoas que viviam em situação de rua, e a fome que aplacou os pobres e miseráveis durante a crise de desabastecimento vivida entre outubro de 1930 e janeiro de 1931, trazendo a baila uma face desconhecida de Bom Jesus no período de maior evolução política e cultural na primeira metade do século XX.
O documentário "Recordando meu tempo de autoridade - de Osório Carneiro", tem estreia agendada para o dia 09 de março de 2024, as 21:00h. Podendo ativar o alerta de transmissão no vídeo/espera abaixo:
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